O Conselho Europeu do passado fim-de-semana foi assombrado pelo espectro de um plano franco-alemão para a governação económica da União Europeia. Angela Merkel afirmou que 2011 é o ano de uma renovada confiança no euro e que esperava que o actual presidente do Conselho Europeu tratasse dos detalhes de execução do seu plano; aí, Sarkozy fez de Dupont e afirmou que este iria fortalecer a competitividade e a convergência das diferentes economias.
Autor: Miguel Portas
‘Revoluções’
Como se vê em relação ao Egipto, para os mercados não têm estados de alma. Para eles, uma ditadura, enquanto dure, é sempre preferível à incerteza democrática.
‘Balanço’
A vitória de Cavaco Silva tem dois pequenos grandes “senões”: por um lado, obtém o mais fraco resultado de uma reeleição; por outro lado, perdeu a sua imagem de imaculado.
‘Quem suspira pelo FMI e porquê?’
‘Segunda volta’
Um dos aspectos que recomendam uma segunda volta é o do cabal esclarecimento do “caso BPN”.
‘Figuras do Ano’
Se tivesse que eleger a pior figura nacional de 2010 não optaria por José Sócrates, mas por Angela Merkel.
‘Fumos de raiva’
Quem tenha visto as imagens da última greve geral na Grécia, ou as de Roma, junto ao Parlamento que acabara de salvar Berlusconi pela estreita margem de três duvidosos votos, ou ainda as de Londres, onde um príncipe e uma duquesa passaram pelo pânico, facilmente perceberá que qualquer coisa está a irritar as multidões de jovens que saem à rua. Qualquer coisa: desemprego nos 17 por cento, precariedade generalizada no trabalho e estudos cada vez mais caros.
‘Wikileaks’
Julian Assange é um Robin dos bosques dos tempos modernos: rouba segredos aos poderosos para os dar ao cidadão comum. A contrariedade que o criou tem nome, chama-se poder. Ou seja, desigualdade. Gosto quando o engenho subverte a ordem estabelecida e reescreve uma história velha como o mundo.