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Jantar-Debate: Portugal nas Guerras Climáticas | 28 Maio

Jantar-Debate_PortugalNasGuerrasClimaticas

CASA DOS AMIGOS DO MINHO ǀ INSCRIÇÕES AQUI

Com:

Pedro Martins Barata, Economista e CEO da GET2C, que implementa soluções para compensação e redução de emissões na indústria ao abrigo do Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE), e que fornece apoio no desenvolvimento de estratégias de mitigação de emissões e de adaptação das sociedades aos impactos das alterações climáticas. Nesta qualidade tem dado apoio estratégico, político e técnico às delegações nacionais em negociações Europeias e nas Nações Unidas.

Francisco Ferreira, Engenheiro do Ambiente, Professor na Universidade Nova de Lisboa, ex-Presidente da Quercus e fundador da ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, uma associação que visa concretizar níveis nulos de poluição, de desperdício de recursos, de destruição de ecossistemas e de desigualdades sociais e económicas, aconselhando o desenho de legislação nacional e internacional. Francisco Ferreira tem integrado as delegações nacionais nas conferências das Nações Unidas sobre o clima.

Em 2015, Portugal caiu de 9º para 19º lugar no índice de performance de combate às alterações climáticas, um índice que mede o desempenho dos 59 países mais industrializados do mundo, que, em conjunto, são responsáveis por 90% das emissões de gases de efeito de estufa. Nenhum país ocupou um dos 3 primeiros lugares do pódio deste índice, pois nenhum país fez o suficiente para prevenir os perigosos impactos das alterações climáticas… Se a ameaça é clara, o que é que se passa? Para compreender o atraso na resposta que tem sido dada à crise climática não basta uma análise causa-efeito das alterações ambientais em si. É preciso perceber, sobretudo, o xadrez de interesses políticos, energéticos e económicos em que se tenta construir e implementar uma solução.


Resumo do debate: disponível no nosso Arquivo de Eventos ou em PDF.

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Manifesto: Um Novo Impulso

Resolução da Assembleia Geral Extraordinária

17 de abril de 2016

Os desafios que enfrentamos

  1. As ideias neoliberais tornaram-se prevalentes graças a um esforço persistente e bem orquestrado levado a cabo nas últimas décadas. Em particular, tornaram-se hegemónicas nos media, que as reproduzem não como a ideologia que são, mas como descrição objetiva da realidade. A ideia de que há alternativa às políticas de direita na economia, nas finanças e no plano social, a nível nacional, europeu ou global ainda tem, apesar da crise iniciada em 2008, dificuldade em conquistar credibilidade política, e isso explica a crise de identidade vivida por muitos partidos de origem social‑democrata.
  2. Reconhecemos que há grandes dificuldades em construir um discurso identitário forte à esquerda, e que a evolução política recente abriu caminho a um preocupante recrudescimento da extrema-direita, mas observamos também novos e promissores desenvolvimentos orientados para a construção de soluções e propostas políticas alternativas. São disso exemplo a candidatura democrata de Bernie Sanders nos Estados Unidos, o movimento dos indignados em Espanha e as suas expressões eleitorais, o novo governo de esquerda na Grécia, a eleição de Jeremy Corbyn como líder do Labour no Reino Unido e, no plano nacional, os resultados das eleições legislativas de outubro de 2015 que desencadearam um novo ciclo político de governação comprometido com um caminho alternativo à austeridade.

Os pressupostos de que partimos

  1. Reconhecemos e valorizamos o papel indispensável dos partidos políticos em democracia, mas sabemos também que estes não esgotam nem devem dominar todo o espaço da participação política. Assumimos a absoluta necessidade de uma cidadania política e socialmente ativa que, complementarmente aos partidos, seja também geradora de ação coletiva, consequente e útil.
  2. Somos uma associação política de ativistas que não se propõem constituir em partido ou integrar forças partidárias já existentes, que partilham uma mesma identidade ideológica e um mesmo espírito de abertura e que estão dispostos a dar parte do seu tempo e energia por uma sociedade mais justa, mais solidária, mais democrática, mais decente, mais sustentável e mais inspiradora. É neste espaço de cidadania política não partidária que inscrevemos a nossa vocação e vontade de intervir.

O que queremos vir a ser

  1. Queremos ser um instrumento de combate às falácias e aos perigos do pensamento dominante, contribuindo para dar às pessoas meios de reflexão, argumentação e construção de uma leitura crítica da realidade que vença a lógica perniciosa do senso comum. É neste sentido que nos vemos como um espaço de formação e produção coletiva de pensamento e discurso político, especialmente vocacionado para quem não tenha filiação partidária, partilhe do nosso código identitário e procure ser um ator pela construção de uma maioria social e política de esquerda.
  2. Queremos também que a Manifesto seja um espaço descentralizado de desenvolvimento do ativismo dos seus membros. Importa assim que estes se organizem em espaços regionais, de modo a criar capacidade de iniciativa em qualquer ponto do país, num espírito de abertura democrática guiado por princípios comuns e de acordo com decisões coletivamente deliberadas.

O nosso posicionamento no atual contexto político

  1. Vemos nos resultados das eleições legislativas de outubro de 2015 uma enorme oportunidade que valorizamos e pretendemos desenvolver, e um contexto único no panorama europeu, em que partidos de esquerda vistos até agora apenas como forças de protesto passaram a contribuir para a governação.
  2. Somos fiéis à nossa matriz identitária de juntar forças para que alternativas políticas e políticas alternativas inspiradas pela esquerda possam fazer caminho. É por este motivo que estamos no campo social e político que apoia este novo ciclo de governação de uma natureza simultaneamente imprevisível e promissora, sem abdicar, contudo, de um ponto de vista próprio. Afirmamo-nos como um fórum autónomo dos partidos que suportam o atual governo, mas capaz de contribuir para a sustentabilidade e desenvolvimento dos acordos que o legitimam.
  3. Queremos que a nossa intervenção se paute pela solidariedade com a maioria parlamentar perante as pressões a que inevitavelmente estará sujeita, mas sabemos também que os constrangimentos internos e externos e o equilíbrio de forças na Assembleia da República envolvem incertezas e riscos significativos, dificultando a discussão de questões difíceis, mas de importância estratégica. Num momento em que os partidos que apoiam o governo não poderão deixar de estar focados em questões legítimas de natureza tática e negocial, e em que as restrições orçamentais europeias assumirão uma importância crítica, é indispensável – mas não suficiente – fortalecer o diálogo entre as forças partidárias de esquerda. Importa também trabalhar para desenvolver espaços não partidários de encontro, mobilização e construção de posicionamentos coletivos. É aqui que a ação da Manifesto se inscreve.
  4. Neste contexto, consideramos ser útil suscitar e alimentar o debate em torno de questões como a renegociação da dívida pública e privada como condição para a recuperação, a arquitetura da União Europeia e da União Monetária, a intervenção pública no sistema financeiro, a coesão territorial, o trabalho, a segurança social, a reforma do Estado, a descentralização política e o poder local, a reformulação do sistema de representação política, as políticas urbanas e a coesão social, ou o papel dos subsistemas de saúde no financiamento do setor privado em Portugal, só para assinalar alguns exemplos, para além da agenda mediática de curto prazo.

Os próximos passos

  1. Para dar seguimento a esta estratégia, a Fórum Manifesto deverá dispor de uma plataforma eletrónica própria de produção, partilha, arquivo e publicação regular de conteúdos. Paralelamente, a Fórum Manifesto deverá lançar iniciativas regulares de reflexão da esquerda e organizar uma grande reunião anual no formato “Universidade de Verão”, procurando que tenha a maior visibilidade.
  2. Estas iniciativas devem ter como objetivo envolver uma pluralidade de intervenientes, pautar-se pela qualidade técnica e política das intervenções e pela clareza das opçõespara que possam tornar-se relevantes no panorama do debate político e dar forma à ação política à esquerda.
  3. A intervenção da Fórum Manifesto no espaço público deverá obedecer a um plano de atividades pragmático e exequível. Pragmático porque pretende ser útil, focando-se na aposta em temas fulcrais na ótica do atual contexto político e numa ótica de longo prazo que recorra à experiência histórica das últimas décadas para abrir perspetivas de futuro. Exequível porque sabemos que a nossa capacidade de intervenção depende exclusivamente do trabalho voluntário dos membros da Manifesto e de todos os que connosco queiram colaborar.
  4. É fundamental mobilizar as energias que a expectativa dos cidadãos tem mantido em estado latente. A Fórum Manifesto, pela experiência acumulada daqueles que a criaram, fizeram e fazem crescer, tem condições para, em Portugal e neste momento, dar um contributo relevante para a construção de uma nova hegemonia política e ideológica de esquerda.
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Estatutos – alterações

Associação Fórum Manifesto

ESTATUTOS

Aprovados na Assembleia Geral Extraordinária de 17 de Abril de 2016

SECÇÃO I

DA ASSOCIAÇÃO

Artigo 1º

A Associação “Fórum Manifesto – Centro de Estudos Sociais e Políticos”, tem a sua sede na Praça do Príncipe Real, número onze, segundo andar esquerdo, na freguesia da Misericórdia, concelho de Lisboa.

Artigo 2º

A Associação tem como objecto a organização de cursos, seminários, outras acções de formação e eventos culturais, edição e comercialização de livros e outras publicações no âmbito da promoção da reflexão e análise sobre a sociedade portuguesa e os movimentos sociais.

 

SECÇÃO II

DOS ASSOCIADOS E DAS ASSOCIADAS

Artigo 3º

São associados e associadas efectivos e efectivas da Associação Fórum Manifesto – Centro de Estudos Sociais e Políticos todas as pessoas, singulares ou colectivas, que concordem com os objectivos da Associação e que queiram contribuir para que os mesmos sejam alcançados.

Artigo 4º

Os associados e associadas são admitidos pela Direcção, mediante proposta escrita, assinada por dois associados da Fórum Manifesto – Centro de Estudos Sociais e Políticos.

Artigo 5º

A qualidade de associado não é transmissível quer por acto inter vivos quer por sucessão; o associado não pode incumbir outrem de exercer os seus direitos pessoais.

Artigo 6º

  1. São direitos gerais dos associados e das associadas:
    1. votar em Assembleia Geral;
    2. eleger e ser eleito ou eleita para os órgãos sociais;
    3. participar em todas as actividades promovidas pela associação, desde que estejam em pleno gozo dos seus direitos sociais;
    4. propor a admissão de novos associados.
  2. São deveres gerais dos associados e das associadas:
    1. respeitar e cumprir as normas constantes dos presentes Estatutos;
    2. zelar pelo património moral e cultural da Fórum Manifesto – Centro de Estudos Sociais e Políticos;
    3. cooperar para o desenvolvimento e prestígio da Associação;
    4. desempenhar com diligência as tarefas de que foram incumbidos e que aceitaram;
    5. pagar regularmente as quotas.

Artigo 7º

  1. Perdem a qualidade de associados e de associadas os ou as que:
    1. Não paguem as suas quotas durante dois anos consecutivos;
    2. Expressamente o solicitarem à Direcção;
    3. Cometam infracção grave dos Estatutos ou outra ocorrência, que possa por em causa o bom nome da associação.
  2. A decisão sobre a perda da qualidade de associado pelos motivos referidos na alínea c) do ponto anterior compete à Assembleia Geral, sendo exigida uma maioria qualificada de dois terços dos associados e associadas presentes.

Artigo 8º

Os associados e associadas da Fórum Manifesto – Centro de Estudos Sociais e Políticos concorrem para o seu património social, com uma jóia e uma quota periódica a fixar pela Assembleia Geral.

 

SECÇÃO III

PATRIMÓNIO

Artigo 9º

  1. Constituem bens da Associação, todos aqueles móveis ou imóveis, adquiridos por doações, legados ou aquisição e os direitos de qualquer natureza de que seja titular.
  2. Os bens da Associação e as rendas que deles resultem bem como as resultantes de actividades da Associação, não poderão ser utilizados com outra finalidade senão a prossecução dos seus objectivos.

 

SECÇÃO IV

DOS ÓRGÃOS DA ASSOCIAÇÃO

Artigo 10º

  1. Os órgãos sociais da Associação são: a Assembleia Geral, o Conselho Geral, a Direcção e o Conselho Fiscal.
  2. Os mandatos para os corpos sociais têm a duração de três anos, renováveis.
  3. Os órgãos são eleitos, em Assembleia Geral, por meio de voto secreto em listas candidatas.
  4. As candidaturas para os órgãos sociais deverão ser apresentadas ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral, no período da apresentação das candidaturas, sendo obrigatória a apresentação de candidaturas para todos os órgãos.

 

SUBSECÇÃO I

DA ASSEMBLEIA GERAL

Artigo 11º

  1. A Assembleia é o órgão soberano da Associação e será constituída por todos os associados e associadas em pleno gozo dos seus direitos sociais.
  2. A Mesa da Assembleia é constituída por três membros, sendo um Presidente, outro Vice-Presidente e outro Secretário.

Artigo 12º

Compete à Assembleia Geral:

  1. a eleição e destituição dos titulares dos órgãos da Associação;
  2. a fixação do valor das quotas;
  3. a aprovação e discussão do Plano de Actividades e do Orçamento anual;
  4. a aprovação do relatório e contas da Direcção e o parecer do Conselho Fiscal;
  5. a alteração dos Estatutos;
  6. a autorização para esta demandar os directores por factos praticados no exercício do seu cargo;
  7. a decisão sobre a extinção da Associação;
  8. o exercício das demais competências que lhe sejam cometidas pela lei e pelos Estatutos.

Artigo 13º

  1. A Assembleia Geral reúne ordinariamente uma vez por ano, para análise, discussão e votação do relatório e contas relativos ao ano anterior, e para aprovação do Plano de Actividades e do Orçamento, bem como para a eleição dos órgãos sociais (neste caso trienal).
  2. A Assembleia Geral é convocada pelo seu Presidente, por aviso postal expedido para todos os associados e associadas, com antecedência mínima de dez dias; no aviso indicar-se-á o dia, a hora, o local e a respectiva ordem do dia da reunião.
  3. A Assembleia Geral reunirá extraordinariamente, por convocação do seu Presidente, sempre que tal seja pedido pelo Conselho Geral, pela Direcção ou por, pelo menos, um quinto dos associados e associadas.

Artigo 14º

As deliberações são tomadas, salvo o disposto nos Estatutos ou na lei, por maioria absoluta dos associados e associadas presentes.

 

SUBSECÇÃO II

DO CONSELHO GERAL

Artigo 15º

  1. O Conselho Geral é o órgão de orientação global da actividade da Associação, competindo-lhe designadamente a preparação do plano anual a submeter à Assembleia Geral, a coordenação e a avaliação geral das actividades definidas.
  2. O Conselho Geral é constituído por um mínimo de quinze membros.
  3. O Conselho Geral reúne-se, no mínimo, três vezes por ano e, sempre que seja necessário, por iniciativa da Direcção ou de um quarto dos seus membros.

 

SUBSECÇÃO III

DA DIRECÇÃO

Artigo 16º

A Direcção é composta por um número ímpar de membros, entre sete e treze, definindo estes entre si, na sua primeira reunião após a eleição, a distribuição das responsabilidades e a organização do seu funcionamento.

Artigo 17º

  1. Compete à Direcção:
  2. a condução executiva dos actos e actividades da Associação e a aplicação das deliberações da Assembleia Geral e do Conselho Geral;
  3. a sua representação em juízo e fora dele;
  4. a administração dos bens da Associação;
  5. a admissão de associados ou associadas;
  6. a elaboração do relatório e contas de cada ano, a submeter à apreciação da Assembleia Geral;
  7. a organização e direcção dos serviços da Associação.
  8. Para obrigar a Associação é necessária a assinatura de dois membros da Direcção.

 

SUBSECÇÃO IV

DO CONSELHO FISCAL

Artigo 18º

  1. O Conselho Fiscal é o órgão de fiscalização da Associação.
  2. É composto por três membros, sendo um Presidente e dois Vogais, competindo-lhe acompanhar as actividades da Direcção, emitir parecer sobre o relatório de actividades e contas anuais e examinar as contas da Associação.

 

SUBSECÇÃO V

DISPOSIÇÕES FINAIS

Artigo 19º

Os Estatutos podem ser alterados em reunião de Assembleia Geral, com os votos favoráveis de três

quartos dos associados e associadas presentes.

Artigo 20º

Os casos de omissão destes Estatutos serão resolvidos por regulamentos internos a aprovar em

Assembleia Geral e pelas disposições legais aplicáveis.

Artigo 21º

A decisão de dissolução da Associação cabe a Assembleia Geral, com maioria de três quartos dos votos de todos os associados e associadas.

Artigo 22º

No caso de dissolução da Associação, o destino do património social será fixado pela Assembleia Geral.

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CONTINUAR A CONSTRUIR PONTES

Resolução da Assembleia Geral da Associação Fórum Manifesto

Lisboa, 17 de Outubro de 2015

1 – Nas assembleias gerais de 13 de setembro de 2014 e 11 de janeiro de 2015, a Associação Fórum Manifesto decidiu envolver-se na construção de uma candidatura cidadã às eleições legislativas. O envolvimento desta associação política, do partido Livre, da Renovação Comunista e de um conjunto de cidadãos que convocaram a 1ª Convenção do Tempo de Avançar permitiu que esta candidatura desse o seu passo fundador a 31 de Janeiro de 2015. O envolvimento de centenas de cidadãos neste processo foi um exemplo de participação cívica de que nos orgulhamos.

2 – Os resultados eleitorais, apesar do empenhamento de organizações e ativistas, não corresponderam aos objetivos mínimos, tendo a candidatura ficado longe da representação parlamentar. Tratou-se de uma derrota eleitoral cujo balanço está a ser feito por todos os ativistas. Não enjeitamos, como empenhados subscritores e dirigentes que fomos deste movimento, a nossa quota-parte de responsabilidade. Para além de razões internas ao movimento e de condições externas que não lhe podem ser imputadas, é fundamental fazer uma leitura política deste resultado. Como se torna evidente pelos recentes desenvolvimentos políticos no país, não foi a defesa da convergência à esquerda que foi recusada pelos eleitores. O rigoroso e participado programa político que foi apresentado não se transformou num discurso político suficientemente mobilizador. A defesa da convergência à esquerda e os processos de participação democrática são necessários, mas não suficientes, e não chegaram, nem poderiam chegar, como elementos polarizadores.

3 – O atual processo de negociação para a formação de um governo de esquerda é, para o Fórum Manifesto, uma compensação desta derrota. Com humildade democrática de quem acabou de sofrer uma inquestionável derrota eleitoral, não podemos deixar de sublinhar o contributo que o Congresso Democrático das Alternativas, o Manifesto 3D e o Tempo de Avançar deram à mudança do discurso político. É uma vitória de todos, depois de um longo processo, a que nos associamos e saudamos, esperando que tenha como desfecho um governo com a participação de todas as forças de esquerda com assento parlamentar.

4 – A candidatura cidadã Tempo de Avançar nasceu para concorrer às eleições legislativas e acompanhar a legislatura dos seus eleitos. O fim do processo eleitoral sem a eleição de qualquer deputado deixou a candidatura sem objeto.

5 – Cabe a todos os subscritores e organizações que fizeram nascer a candidatura cidadã Tempo de Avançar decidir o que fazer com o extraordinário e generoso ativismo político que conseguiram mobilizar. Ele deve ser posto ao serviço de uma cultura de convergência à esquerda e não de qualquer lógica de autopreservação ou acantonamento partidário.

6 – Findo o objeto do Tempo de Avançar, à Manifesto cabe apenas, no exercício da sua autonomia, definir o seu próprio futuro. Assim, a Assembleia Geral da Associação Fórum Manifesto decide:

  1. a) Manter a sua composição plural e natureza não-partidária onde confluem independentes e militantes de forças políticas à esquerda.
  2. b) Prosseguir a cooperação com as forças que com ela se empenharam nas eleições legislativas (Livre e Renovação Comunista) e com as restantes forças de esquerda.
  3. c) Contribuir para encerrar o processo de candidatura às eleições legislativas de 2015 de forma solidária e fraterna e mantendo um total empenhamento na recolha de fundos para o pagamento das despesas de campanha.
  4. d) No respeito pela sua autonomia, não integrar qualquer outra das organizações que consigo fundaram a candidatura cidadã às eleições legislativas de 2015.
  5. e) Preparar, para a próxima Assembleia Geral, um plano de atividades e a renovação dos órgãos dirigentes adaptados à nova e ambiciosa fase política da associação.

7 – Perante o novo cenário político, o Fórum Manifesto contribuirá para a defesa de uma alternativa de esquerda, democrática e patriótica, apoiando o governo que possa vir a nascer de um eventual entendimento entre as forças de esquerda com representação parlamentar.

8 – O Fórum Manifesto considera que a candidatura de António Sampaio da Nóvoa à Presidência da República é aquela que representa com maior eficácia e abrangência o esforço de construir uma alternativa suprapartidária ao projeto presidencial da direita.

9 – O Fórum Manifesto continuará a promover a reflexão e intervenção política à esquerda com o mesmo espírito de diálogo que sempre marcou a sua identidade plural e anti-sectária, ajudando na construção de todas as pontes necessárias para combater a austeridade.

Como sempre acontece neste movimento, estas decisões apenas vinculam a organização, tendo os seus membros toda a autonomia para determinar o seu próprio caminho.

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Resolução Política aprovada em Assembleia Geral

Resolução Política

(aprovada na Assembleia Geral da Fórum Manifesto, a 11 de Janeiro 2015)

1- Ao longo dos anos, a Manifesto tem procurado ser promotora e parte de processos de convergência à esquerda que permitam a defesa e o alargamento da democracia portuguesa. A lógica punitiva, destruidora de direitos sociais e expectativas de futuro democrático que resultam da governação PSD/CDS, e do actual contexto europeu, acentuam a urgência desses processos de convergência, alargamento e mobilização em torno do combate à austeridade, à corrupção, à destruição do Estado Social e a captura das escolhas democráticas.

2- Da reflexão que temos feito, entendemos que, no momento de urgência que o país atravessa, é vital construir hoje na sociedade portuguesa um espaço político que se comprometa com a luta contra o empobrecimento e destruição dos laços de solidariedade, e que simultaneamente não desista de procurar interlocutores, diálogos e compromissos que permitam defender o país e a democracia. Neste sentido, e de acordo com decisões que tomamos anteriormente, a Manifesto tem estado empenhada nos últimos meses na construção de uma plataforma política que permita a construção desse novo sujeito político – a Candidatura Cidadã Tempo de Avançar.

3- O Tempo de Avançar foi lançado a partir de um apelo de 240 cidadãos, e apoiada por diferentes organizações políticas – a Associação Fórum Manifesto, o Partido Livre, a Renovação Comunista e o Movimento Cidadania e Intervenção/Porto –, no sentido de iniciar um processo político capaz de responder aos enormes desafios que o projecto democrático em Portugal terá que enfrentar nos próximos anos. Esse processo deve permitir uma mobilização cidadã alargada e um modelo de construção política participado.

4- Esse processo terá um momento fundador – a Convenção para uma Candidatura Cidadã, que decorrerá no último fim-de-semana de Janeiro. Aí serão discutidas as linhas políticas orientadoras, as linhas de trabalho programático e um modelo de construção da candidatura às legislativas de 2015. Será a partir das escolhas feitas na Convenção que deve ser feito um amplo trabalho de mobilização social e construção programática que responda à situação do país.

5- Para o tempo político que vivemos não basta, contudo, somar organizações – as consequências políticas e sociais de quatro anos de austeridade exigem uma mobilização e participação cidadã capaz de responder às enormes dificuldades que o país atravessa e às que terá que responder nos próximos anos. Só um processo mobilizador permitirá o que é fundamental – construir um mandato claro de defesa de um modelo de democracia que respeite as escolhas dos cidadãos, que defenda a justiça social, e reganhe a capacidade de construir um futuro diferente do empobrecimento irreversível do país. Para isso, o espaço de construção da Candidatura Cidadã Tempo de Avançar tem que se alargar, trazer novos protagonistas e novas gerações, e reganhar para a participação muitos que a abandonaram nos últimos anos. É com esse o esforço que a Manifesto se compromete.

6- A construção deste espaço não deve, contudo, fazer-nos esquecer que é necessário incentivar o diálogo com outros actores políticos. Nesse sentido, é fundamental o desafio a outras forças de esquerda para uma alternativa mobilizadora e imediata à austeridade. Assim, BE, PCP e PS devem ser também desafiados a assumir responsabilidades para construir uma governação de esquerda.

7- Perante as possibilidades que se abrem em escala europeia a partir de uma eventual vitória eleitoral do Syriza nas próximas eleições da Grécia, a importância de desenhar em Portugal um compromisso de governação decente, que inverta o ciclo de destruição dos últimos anos, ganha uma nova acuidade. É nesse caminho, em escala nacional e europeia, procurando construir a Candidatura Cidadã Tempo de Avançar e manter diálogos com todos os que se têm batido pelo projecto democrático, que a Manifesto continuará a trabalhar. Dados os sinais de receptividade ao processo político que temos defendido, estamos convictos de que esta é a resposta democrática que o país tanto necessita.

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Convocatória da Convenção para uma candidatura cidadã

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A convocatória está aberta a subscrições aqui.

Portugal vive um tempo de urgência. Há uma geração que abandona o país, uma economia frágil que se desmorona em sucessivas falências de empresas, um Estado que é reduzido às suas funções mínimas, uma democracia que perde poder efectivo, um corredor de escolhas que, a cada dia que passa, se vai estreitando. É, para todos os cidadãos, um tempo de exigência. Da organização da resistência, mais do que nunca necessária, tem de nascer a construção de uma alternativa, com soluções praticáveis que mobilizem as energias democráticas do país e sejam capazes dos diálogos possíveis.

A urgência que o país sente e as soluções que o país exige obrigam a escolhas difíceis. Cabe-nos garantir que não sejam entre ficar na mesma ou voltar para trás. Não basta mudar o governo para haver a mudança necessária. As próximas eleições têm de corresponder à vitória de um programa de defesa do Estado Social e do Estado de Direito e de aprofundamento da democracia em Portugal e na Europa.

Sabemos em que país queremos viver. Num país que proteja o trabalho com direitos e valorize o conhecimento. Que ajude a economia a ser mais inovadora e mais solidária. Que proteja o ambiente e o território. Que se orgulhe do Estado Social e melhore a sua Escola Pública, o seu Serviço Nacional de Saúde e a sua Segurança Social. Que combata a precariedade, redistribua o rendimento e erradique a pobreza infantil. Onde a igualdade seja o eixo central de um novo contrato social e a alavanca para um novo modelo de desenvolvimento.

Sabemos o governo que queremos. Queremos um governo progressista que recuse a austeridade como forma de sair da crise e a passividade como forma de estar na Europa. Que construa um poder democrático que governe para o povo e não seja refém de interesses privados. Um governo assim enfrentará escolhas difíceis, mas necessárias. Em Portugal, precisará de um mandato popular para defender a Constituição. Na Europa, precisará de uma nova política de alianças e de uma atitude mais exigente e insubmissa para combater o Tratado Orçamental e iniciar um processo de reestruturação da dívida pública.

É tempo de avançar. Esta é uma convocatória à vontade cívica de todos quantos acreditam que esta governação progressista é possível e deve ser construída pela força da cidadania. Uma convocatória para uma Convenção Cidadã a ter lugar a 31 de janeiro, em Lisboa. Uma convocatória à construção de um programa eleitoral auscultando os cidadãos, num processo de debate e deliberação público, transparente e informado. Uma convocatória a uma candidatura cidadã às próximas eleições legislativas, através de um processo de construção de listas aberto, em eleições primárias. Acima de tudo, uma convocatória a uma maior responsabilização política de todos, eleitores e eleitos, antes e depois do voto, para uma alteração fundamental das políticas que têm devastado o país nos últimos anos. A sociedade portuguesa reclama uma democracia mais intensa, mais informada e mais responsável. E soluções viáveis para o terrível impasse em que se encontra. Pode ser diferente. Depende de nós.

A convocatória está aberta a subscrições aqui.

Subscritores iniciais:

 

Abílio Hernandez, Coimbra

Adriano Barrias, Lisboa

Alberto Melo, São Braz de Alportel

Alberto Midões, Viana do Castelo

Alexandra Lucas Coelho, Lisboa

Alexandre Barroso, Coimbra

Alexandre Estrela, Lisboa

Alexandre Oliveira, Lisboa

Ana Bastos, Lisboa

Ana Costa, Lisboa

Ana Drago, Lisboa

Ana Fernandes, Porto

Ana Filipa Larcher, Bissau / Lisboa

Ana Mafalda Pernão, Lisboa

Ana Maria Oliveira Pereira, Sintra

Ana Prata, Lisboa

Ana Raquel Matos, Coimbra

André Barata, Lisboa

André Belo, Rennes

André Carmo, Lisboa

André Freire, Lisboa

André Gago, Lisboa

André Nóvoa, Lisboa

André Teodósio, Lisboa

Ângela Luzia, Almada

Anísio Franco, Lisboa

António Avelãs, Lisboa

António Gonzalez, Torres Vedras

António Loja Neves, Oeiras

António Martins Coelho, Vila Rela de Sto. António

António Serzedelo, Setúbal

Armandina Maia, Lisboa

Augusto M. Seabra, Lisboa

Bárbara Bulhosa, Lisboa

Boaventura de Sousa Santos, Coimbra

Branca Carvalho, Viana do Castelo

Bruno Dias Pinheiro, Lisboa

Carlos Almeida, Lisboa

Carlos Brito, Alcoutim

Carlos Gouveia-Melo, Lisboa

Carlos Luís Figueira, Vila Real de Sto António

Carlos Nobre Neves/PACMAN, Lisboa

Carlos Teixeira, Lisboa

Catarina Andrade Fidalgo, Lisboa

Catarina Mourão, Lisboa

Catarina Ruivo, Lisboa

César Nuno Madureira, Lisboa

Cipriano Justo, Cascais

Clarisse Marques, Lisboa

Cláudia Rita Oliveira, Lisboa

Cláudio Borges, Lisboa

Daniel Jesus, Lisboa

Daniel Oliveira, Lisboa

David Crisóstomo, Almada

David Marçal, Lisboa

David Morais, Leiria

David Xavier, Lisboa

Delberto Aguiar, Lisboa

Diana Barbosa, Porto

Diogo Martins, Vila Franca de Xira

Diomar Santos, Porto

Edgar Costa, Azeitão

Eduardo Viana, Oeiras

Eldad Manuel Neto, Porto

Elísio Estanque, Coimbra

Emílio Távora Vilar, Lisboa

Enrique Pinto-Coelho, Lisboa

Eugénia Pires, Lisboa

Fernanda Marinho Amado, Loures

Fernando Martins, Lisboa

Fernando Nunes da Silva, Lisboa

Fernando Sousa Marques, Sesimbra

Fernando Vendrell, Lisboa

Filipa Vala, Lisboa

Filipe Moura, Lisboa

Filipe Santos Henriques, Alenquer

Florival Lança, Lisboa

Gaspar Martins Pereira, Porto

Geiziely Glícia Fernandes, Lisboa

Gonçalo Pereira, Lisboa

Graça Rojão, Covilhã

Guadalupe Simões, Lisboa

Gustavo Cardoso, Lisboa

Gustavo Rubim, Lisboa

Helder Faustino Raimundo, Loulé

Henrique Borges, Porto

Henrique Mendes, Lisboa

Henrique Sousa, Seixal

Hugo Faria, Lisboa

Isabel do Carmo, Lisboa

Isabel Guerra, Lisboa

Isabel Loureiro, Lisboa

Isabel Mendes Lopes, Lisboa

Isabel Prata, Coimbra

Isabel Santos Duarte, Porto

Isabel Tadeu, Lisboa

Ivan Nunes, New York

Ivone Barracha, Torres Vedras

João Arriscado Nunes, Coimbra

João Bicho, Lisboa

João Bonifácio, Lisboa

João Carlos Afonso, Lisboa

João Carlos Coelho dos Santos, Porto

João  M. Almeida, Lisboa

João J. C. Ferreira, Coimbra

João Lourenço, Lisboa

João Monteiro, Porto

João Vasco Gama, Lisboa

Joaquim Mealha Costa, Loulé

Jorge Espírito Santo, Lisboa

Jorge Gravanita, Lisboa

Jorge Malheiros, Lisboa

Jorge Martins, Porto

Jorge Morais,Porto

Jorge Pinto, Bruxelles

Jorge Vala, Lisboa

Jorge Wemans, Lisboa

José António Tavares, Lisboa

José Aranda da Silva, Cascais

José Carlos Martins, Coimbra

José Carlos Miranda, Porto

José Castro Caldas, Amadora

José Costa, Bruxelles

José Delgado Martins, Lisboa

José Dias, Coimbra

José Fanha, Lisboa

José Manuel Basso, Nisa

José Manuel Carreira Marques, Beja

José Manuel Henriques, Lisboa

José Manuel Neto Azevedo, Açores

José Manuel Tengarrinha, Cascais

José Maria Silva, Porto

José Mário Silva, Lisboa

José Munhoz Frade, Beja

José Pedro Pereira, Lisboa

José Pedro Silva, Almada

José Reis, Coimbra

José Vítor Malheiros, Lisboa

JP Simões, Lisboa

Júlia Coutinho, Lisboa

Júlia Leitão Barros, Lisboa

Júlio Machado Vaz, Porto

Leonor Barata, Coimbra

Leonor Cintra Gomes, Lisboa

Luciana Rio Branco, Lisboa

Luís Filipe Santos, Lisboa

Luís Moita, Lisboa

Luís Moutinho, Porto

Luís Quintais, Coimbra

Luís Valente, Jena

Luísa Alvares, Basel

Luísa Branco Vicente, Lisboa

Luísa Costa Gomes, Lisboa

Luísa Mesquita, Santarém

Manuel Branco, Évora

Manuel Brandão Alves, Lisboa

Manuel Coelho, Sines

Manuel Correia Fernandes, Porto

Manuel Vieira, Porto

Manuela Barreto Nunes, Braga

Manuela Carvalheiro, Coimbra

Manuela Silva, Lisboa

Manuela Vieira da Silva, Lisboa

Marco Barroso, Haarlem / Lisboa

Margarida Bak Gordon, Lisboa

Maria Augusta Sousa, Oeiras

Maria Benedicta Monteiro, Lisboa

Maria Clara Fernandes, Porto

Maria Eduarda Gonçalves, Lisboa

Maria Emília Costa, Faro

Maria João Andrade, Lisboa

Maria João Cabrita, Braga

Maria João Cantinho, Lisboa

Maria João Freitas, Sintra

Maria João Pires, Lisboa

Maria José Espinheira, Porto

  1. Margarida Trocado Moreira, Loures

Maria Ofélia Janeiro, Alverca

Maria Tengarrinha, Lisboa

Mariana Topa, Matosinhos

Mário Figueiredo, Lisboa

Mário Laginha, Lisboa

Mário Ruivo, Lisboa

Marisa Galiza, Mafra

Marta Bobichon Loja Neves, Oeiras

Marta Delgado Martins, Lisboa

Marta Moita, Lisboa

Miguel Ângelo Andrade, Lisboa

Miguel Dias, Setúbal

Miguel Gonçalves Mendes, Lisboa

Miguel Vale de Almeida, Lisboa

Miguel Won, Lisboa

Milice Ribeiro dos Santos, Porto

Nídia Zózimo, Lisboa

Nuno David, Lisboa

Nuno Fonseca, Lisboa

Nuno Fragoso Gomes, Lisboa

Nuno Serra, Oeiras

Paolo Marinou-Blanco, Los Angeles / Lisboa

Patrícia Beldade, Oeiras

Patrícia Brito Mendes, Lisboa

Patrícia Gonçalves, Lisboa

Paula Cabeçadas, Lisboa

Paula Velazquez, Lisboa

Paulo Fidalgo, Lisboa

Paulo Jacinto, Sintra

Paulo Monteiro, Maia

Paulo Peixoto, Coimbra

Paulo Velez Muacho, Seixal

Pedro “Pecas” Monteiro, Cascais

Pedro Bacelar de Vasconcelos, Braga

Pedro Gonçalves, Lisboa

Pedro Nunes Rodrigues, Leiria

Pedro Roque Domingues, Lisboa

Pedro Vieira, Lisboa

Pierre Guibentif, Lisboa

Pilar del Río, Lisboa

Priscila Soares, São Braz de Alportel

Rafael Esteves Martins, Sintra

Renato Carmo, Lisboa

Ricardo Alves, Lisboa

Ricardo Paes Mamede, Lisboa

Ricardo Sá Fernandes, Lisboa

Rita Covas, Cape Town / Porto

Roberto Merrill, Braga

Rodrigo Gonçalves, Lisboa

Rogério Moreira, Oeiras

Rosa Barreto, Lisboa

Rosa Maria Martelo, Porto

Rui Bebiano, Coimbra

Rui Feijó, Porto

Rui Tavares, Lisboa

Rui Valada, Amadora

Sandro Mendonça, Lisboa

São José Lapa, Sintra

Sara Araújo, Coimbra

Sara Magalhães, Lisboa

Sérgio Lavos, Lisboa

Sofia Cordeiro, Lisboa

Susana Beirão, Vila Nova de Gaia

Ulisses Garrido, Lisboa

Vasco Pimentel, Lisboa

Vera Tavares, Lisboa

Virgílio Morais de Matos, Lisboa

Viriato Soromenho-Marques, Lisboa

Vítor Louro, Sesimbra

Vítor Sarmento, Lisboa

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É tempo de avançar – uma candidatura cidadã às eleições legislativas de 2015 – Daniel Oliveira

do

Texto do Daniel Oliveira

Hoje, um grupo de mais de 240 cidadão tornou pública uma convocatória para uma convenção, no dia 31 de janeiro. Uma assembleia que fará nascer uma plataforma eleitoral para as eleições legislativas de 2015. O texto da convocatória é curto mas claro nos seus objetivos políticos: mobilizar os cidadãos para que nas próximas eleições não mude apenas o governo. Mude a governação. Uma governação que recuse a austeridade como forma de sair da crise e a passividade como forma de estar na Europa. Que construa um poder democrático que governe para o povo e não seja refém de interesses privados. (leiam a convocatória e a lista de subscritores em baixo). O força cidadã que seja exigente consigo mesma e esteja disposta a fazer parte da solução.

Esta convocatória está aberta à subscrição pública. Aqueles que a subscreverem participarão em igualdade de direitos e deveres na assembleia cidadã que, a 31 de janeiro, definirá, de forma democrática e participada, o que virá a ser esta candidatura. Desde o seu funcionamento às suas linhas programáticas, passando pelos seus candidatos e a sua orientação política. Apesar do apoio expresso e empenhado de várias organizações a esta candidatura (Fórum Manifesto e Livre, que a fizeram nascer, MIC-Porto e Renovação Comunista, que deciriam juntar-se a esta ideia), que contribuirão de formas diversas para o reforçar (o Livre, por exemplo, com o suporte partidário que permite ir a votos num país que não autoriza listas de cidadãos), são os mais de 240 promotores iniciais que se dirigem aos cidadãos. Com o seu nome e em seu nome. E serão todos, esperemos que milhares, a título indidividual e em pé de igualdade, tenham ou não filiação em qualquer organização, que decidirão o que será este movimento de convergência e que o farão funcionar.

Entre os mais de 240 promotores, estão nomes mais e menos conhecidos. Sindicalistas, jornalistas, autarcas, artistas, académicos, estudantes, médicos, bolseiros, activistas sociais, trabalhadores, desempregados, emigrantes. Podem ver a lista completa em baixo. Por facilidade, deixo aqui apenas alguns nomes mais facilmente identificáceis mas nem por isso mais importantes: Ana Drago, Rui Tavares, José Reis, Ricardo Sá Fernandes, Carlos Brito, Boaventura de Sousa Santos, Elísio Estanque, Eugénia Pires, Isabel do Carmo, José Aranda da Silva, Júlio Machado Vaz, Luis Moita, Mário Ruivo, Pedro Bacelar de Vasconcelos, Ricardo Paes Mamede, Viriato Soromenho-Marques, Alexandra Lucas Coelho, André Gago, André Teodósio, Augusto M Seabra, Bárbara Bulhosa, Pacman, Daniel Oliveira (eu mesmo), Jorge Wemans, José Fanha, José Vítor Malheiros, JP Simões, Luísa Costa Gomes, Mário Laginha, Pilar del Rio, São José Lapa, os autarcas (ou ex-autarcas) Fernando Nunes da Silva, João Afonso, José Manuel Basso, José Manuel Carreira Marques, Manuel Coelho e Manuel Correia Fernandes e os sindicalistas António Avelãs, Florival Lança, Guadalupe Simões e Ulisses Garrido.

Estes são alguns dos nomes que ajudaram a dar um primeiro impulso, num apelo ao país. Mas um movimento de cidadania, ainda mais quando quer ir a votos, só o pode ser quando se implanta na sociedade e é tomado pelos cidadãos, sejam conhecidos ou “anónimos”, como são, uma e outra coisa, os promotores iniciais desta iniciativa. É hoje que tem de começar a mudar a vida política portuguesa. Envolvendo na democracia quem dela está a desistir. É tempo de avançar para acordar o País. Subscreve a Convocatória da Convenção para uma candidatura cidadã às eleições legislativas de 2015. Ajuda a fazer democracia.

PODES SUBSCREVER AQUI: www.tempodeavancar.net

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“Vamos criar uma plataforma política de alternativa concreta” – Ana Drago

Ana

Entrevista da Ana Drago ao Expresso

Quatro meses depois de ter abandonado o Bloco de Esquerda Ana Drago aceitou falar ao Expresso. Para dizer que há uma esquerda alternativa disposta à convergência e que o “PS é um parceiro imprescindível para mudar o rumo do país”. No entanto nada está garantido Desde logo porque António Costa teima em “deixar muitas dúvidas por esclarecer e até agora não foi muito claro sobre o que tenciona fazer”. A ex-deputada está de volta à política e às eleições. E garante que não está aqui para criar um grupo de amigos do PS.

Porque demorou tanto tempo para falar?

Porque construir uma resposta que ao mesmo tempo seja capaz de reunir vontades políticas de falar verdade aos portugueses e de estruturar um programa que defenda o fundamental é um processo que demora. Demora tempo e exige persistência.

E já encontrou a plataforma de convergência à esquerda que procurava?

Há leituras comuns da situação política do país que se tornou um pouco paradoxal a esquerda não assume nenhuma vontade de um projeto de governação que responda à situação de emergência que estamos a viver e as forças políticas que querem governar acham possível ir governando ou apresentar se à governação sem dizer nada de concreto sobre os constrangimentos que o país enfrenta. Eu creio que existe um espaço e uma disponibilidade à esquerda por parte de algumas organizações e de muitos cidadãos que exigem uma credibilização da representação democrática. Esse percurso está a ser feito.

O problema é o da finalização. Como se faz essa convergência?

Há possibilidade de criar uma plataforma política de alternativa concreta e com capacidade de influenciar a governação ancorada à esquerda. Essa plataforma irá a eleições nas legislativas de 2015.

E como se chama com quem é que conta como vai surgir?

Neste momento não me cabe a mim dizer mais do que isto.

Isso quer dizer o quê? A Manifesto e o Livre vão juntos a eleições?

Conversámos longamente com o Livre e com pessoas do Manifesto 3D. Essa possibilidade existe.

Nessa convergência cabe o PS?

Claro obviamente.

António Costa vem ao encontro das vossas expectativas?

As primárias mostraram que há uma vontade de mudança do PS. Mas não basta a António Costa apresentar-se como o homem de esquerda do PS ou fazer uma oposição que grita mais alto. Até agora não foi muito claro sobre a proposta política que tem para apresentar ao país.

O que diz no programa para a década é suficiente para o arranque do diálogo à esquerda?

Deixa muitas dúvidas por esclarecer. Temos de começar a discutir como se faz. Como se relança o consumo interno que permita criar algum crescimento económico e ter alguma sustentabilidade das finanças públicas? Como se olha para uma dívida acima dos 130 do PIB? Estas são as questões fundamentais. Não são fáceis. São trágicas. E sobre elas António Costa até agora não foi claro. Não tenho dúvidas de que quero um diálogo à esquerda e com o partido socialista. Mas qualquer entendimento tem de surgir de um programa. Não é útil ao país criarmos um grupo de amigos do PS!

Não tem linhas vermelhas no diálogo com o PS?

Não interessa traçar linhas vermelhas. Importa abrir caminhos verdes. Não se começa uma discussão assim quando o que importa é mobilizamos o país para sustentar um governo que defenda verdadeiramente a escola pública, o Serviço Nacional de Saúde, a sustentabilidade da segurança social e um modelo de solidariedade intergeracional.

Como é que velhos inimigos se podem entender. É moldável?

Não gosto da palavra moldável. Fiz oposição aos governos do PS fui combativa face aos governos de Sócrates e tenho orgulho disso. Mas vivemos um contexto diferente. Temos uma relação muitíssimo dura no contexto europeu. O modelo de Estado social está a ser posto em causa. É esta fragmentação do país e do regime que devemos discutir. O PS é neste contexto um parceiro imprescindível. É fundamental contar com o PS. Mas temos de ver se está ou não disponível.

O eleitor não achará que foi a Ana Drago quem mudou?

Sempre defendi mesmo no Bloco a capacidade de criar articulações que defendam na vida real das pessoas modelos de transformação. E continuo a achar exatamente a mesma coisa. O que hoje não podemos escamotear é que existe uma situação de emergência e uma alteração de contexto histórico. E isso é de tal forma importante que se criam compromissos. Não se criam consensos porque não é isso que interessa. Não estamos aqui para pensarmos todos da mesma maneira. Se eu achasse que o PS era a solução para a governação do país votava nele entrava no PS. Não creio. Acho que o PS é um elemento determinante mas não é a resposta única.

Mas se o PS não quiser, pode chegar às legislativas sem convergência nenhuma…

Não vejo utilidade numa convergência para ir às legislativas. O PS tem o seu programa, o seu eleitorado fará a sua estruturação e apresentará uma alternativa ao país. Mas existe um espaço político à esquerda que é diferente do PS e que está disponível para encontrar compromissos em torno de um programa. Não é mais do que isto.

Não haverá coligação pré-eleitoral?

Não vejo interesse nisso. Acho que é preciso testar a força, a legitimidade, a representatividade deste tipo de proposta política que estou a formular. É preciso ver se ela ganha dinâmica política e social. Se tem força eleitoral. A capacidade de criar compromisso e de fazer diálogos dependerá dessa força.

O seu discurso contém uma crítica implícita ao BE e ao PCP…

Compreendo muitíssimo bem o sentido de orientação po lítica em torno de um processo de resistência. Compreendo intelectualmente. Não creio que responda à situação que estamos a viver. Não nos podemos dar ao luxo, quando as coisas pelas quais lutamos se estão a dissolver, de ficar satisfeitos em fazer resistência.

Não teme estar a contribuir para a implosão do BE?

Não creio. O Bloco é um partido com algum enraizamento local, com muita gente ativa disponível, capaz, com o coração do lado certo…

E também em queda eleitoral…

Saí do BE e não me sinto com legitimidade para fazer leituras políticas.

Faz parte dos seus projetos de futuro próximo voltar à Assembleia da República?

Não vejo qualquer interesse em debater isso. É demasiado cedo. Temos de começar a discutir política.

Que também se faz de pessoas…

Claro. Eu estou disponível.

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Ana Drago e Daniel Oliveira querem uma nova Esquerda com “força eleitoral”

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Notícia do Jornalismo Porto Net

O Clube dos Pensadores regressou esta segunda-feira com a presença de Ana Drago e Daniel Oliveira. O debate serviu para a discussão sobre a atual situação da democracia portuguesa e o futuro da Esquerda no contexto político do país.

Ana Drago, antiga dirigente e deputada do Bloco de Esquerda (BE), e Daniel Oliveira, fundador do partido e jornalista, foram os convidados do organizador Joaquim Jorge, no regresso do Clube dos Pensadores, esta segunda-feira, no Hotel Holiday Inn, em Vila Nova de Gaia. A escolha em dose dupla deveu-se à recente desvinculação de ambos do Bloco de Esquerda e consequente integração na Associação Fórum Manifesto.

No debate referiu-se a aproximação do Fórum Manifesto ao Partido Livre, de Rui Tavares, e a um eventual diálogo pós-eleitoral entre uma nova plataforma de Esquerda e o Partido Socialista. A questão das “metas do tratado orçamental” e da “dívida sufocante” mereceram a condenação de Ana Drago e Daniel Oliveira, que temem a destruição do Estado social com as políticas atuais.

Ana Drago defendeu a criação de um movimento conjunto de cidadania para a defesa do país e de a organização de novas formas de participação cívica e politica, com a tradição das do país vizinho. Para a antiga deputada, as negociações que estão a ocorrer entre um conjunto de cidadãos, o Partido Livre e outras organizações são importantes para o aparecimento “de uma Esquerda que esteja disponível para olhar o país e falar com verdade sobre os enormes constrangimentos” com que Portugal se depara.

A organização de forças com capacidade “para alterar o contexto” e a formação de um Governo que promova “uma batalha pela defesa do modelo da nossa democracia” é o caminho que Ana Drago propõe e a força social de que pretende fazer parte.

Precariedade “é a maior doença, não só social, mas política do século XXI”

Daniel Oliveira mencionou a criação de uma plataforma política e de cidadãos com “força eleitoral”, disponível para “condicionar e intervir na governação” de uma forma real e aproximar o Estado dos cidadãos. Uma plataforma que não promova mais cortes na saúde, na educação e nas reformas.

O convidado falou sobre a necessidade de se proteger a democracia face à corrupção, aos interesses privados e aos mercados. Para Daniel Oliveira, é essencial “devolver o poder ao Estado, à política, à democracia”, o que asseguraria uma maior participação cívica e a defesa da atividade do político, que o convidado considera “digna”.

O ex-bloquista debruçou-se, ainda, sobre a relação próxima entre a igualdade e a corrupção. Afirmou que “as sociedades menos corruptas são, geralmente, as sociedades menos desiguais”. Sobre o estado atual do país, Daniel Oliveira considerou fundamental recusar o discurso da inevitabilidade, do medo e da passividade em relação às decisões da Europa, por estar em causa a soberania nacional. Em relação à precariedade no trabalho, o convidado defendeu que esta “é a maior doença, não só social, mas política do século XXI”.

No final do debate, Joaquim Jorge lançou o desafio para que os convidados regressem ao Clube dos Pensadores num futuro próximo, no momento em que ambos se apresentem como candidatos a cargos políticos.

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Sessão Pública 6ª-feira, 3 de Outubro, Coimbra

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Com o objetivo de debater a construção de uma ampla plataforma política que possa levar a uma futura governação de esquerda, a Associação Fórum Manifesto realiza um debate esta sexta-feira, 3 de Outubro, às 21h, na Casa Municipal da Cultural, Coimbra.

Com:

Abílio Hernandez (professor universitário Uni. Coimbra)

Ana Drago (socióloga)

José Reis (professor universitário Uni. Coimbra)

Sara Araújo (investigadora)

Rui Bebiano (professor universitário Uni. Coimbra)

Local: Casa Municipal da Cultura, Rua Pedro Monteiro 3000-329 – Coimbra