A prisão de Julian Assange, os processos judiciais, o bloqueio aos donativos e os ataques da Amazon e da EveryDNS.net ao site da WikiLeaks mostram os poderes imensos em que as revelações daquela organização tocaram. E como esses poderes conseguem chegar a governos, empresas, sistemas judiciais, polícias. Felizmente, prender, ameaçar e perseguir o mensageiro é mais fácil do que calar a verdade. Centenas de organizações estão a criar sites ‘espelho’ com a mesma informação e desenvolve-se na Net uma autêntica guerra pela liberdade de expressão, com ataques às empresas que aceitaram ser instrumentos de censura.
‘Estudantes’
Como universitário e como deputado, repudio a injustiça e o erro estratégico que são as novas regras sobre a acção social escolar no ensino superior. Num país com baixos níveis de qualificação relativamente às médias europeias, não se compreende que se corte a eito num sector tão estratégico para o desenvolvimento.
‘os senhores rasgam os últimos pilares de segurança no trabalho’
‘Europeísmo crítico’
Em Portugal, o romance europeu das elites, o dos amanhãs europeus que cantam sempre, acabou. Basta ter visto Freitas e Soares, dois convictos europeístas, ontem na TVI24. Defenderam a necessidade das periferias baterem o pé ao eixo franco-alemão de Merkel e Sarkozy e pugnarem por uma reconfiguração progressista da integração europeia.
‘Monstrinhos bicéfalos’
A revista alemã Der Spiegel publicou há dias um interessante artigo sobre Merkel, Sarkozy, e a vontade de protagonismo. O seu título era um pouco cruel – “como manipular os anões políticos da Europa” -; o pior é que não havia como lhe escapar.
‘Estamos à espera de quê?’
As alterações climáticas são uma realidade e é difícil perceber do que estamos à espera. Estamos a tratar de uma questão de sobrevivência e daquela que é das mais graves faces da crise global.
‘Direitos’
Em 10 de Dezembro de 1948, as Nações Unidas aprovaram a Declaração Universal de Direitos Humanos. Abriu-se então um caminho – cheio de contradições e percalços – de assunção da dignidade de todos/as como a única prioridade absoluta na política.
‘Irritação, irritação, irritação’
‘Wikileaks’
Julian Assange é um Robin dos bosques dos tempos modernos: rouba segredos aos poderosos para os dar ao cidadão comum. A contrariedade que o criou tem nome, chama-se poder. Ou seja, desigualdade. Gosto quando o engenho subverte a ordem estabelecida e reescreve uma história velha como o mundo.
‘Tudo se desconjunta’
Um banco suíço decidiu congelar a conta de Julian Assange, o rosto da WikiLeaks, por este não residir no país.
Ou, por outras palavras: está o mundo para acabar.
Um banco suíço (suíço!) não aceita dinheiro de residentes no estrangeiro. Por amor de Zeus, a banca helvética é extraordinariamente cuidadosa com os seus clientes. Se ao menos Assange tivesse – como Isaltino – um sobrinho na Suíça, a coisa ainda poderia ser conversada.



