O rosto político mais destacado da ruptura neoliberal na Europa dos anos 80, Margaret Thatcher, projectou o seu arrogante combate aos direitos sociais fundamentais numa frase afrontosa para a democracia: “There is no alternative”. O acrónimo TINA ficou como divisa desse estilo e do credo político que ela protagonizou.
Autor: Fórum Manifesto
‘Um ano’
Este foi um ano em que tudo se tornou mais volátil, salvo a diferença cada vez maior entre os rendimentos do trabalho e do capital. Este foi um ano em que as proclamações dos governantes mudaram da manhã para a tarde, salvo as que insistiram em penalizar quem tem menos como receita para sair (?) da crise. Este foi um ano em que a crise foi a tónica de todas as vidas, excepto as daqueles que puderam beneficiar da antecipação da distribuição de dividendos milionários.
‘Contas da Saúde’
O défice do Serviço Nacional de Saúde (SNS) alimenta uma das mais importantes discussões da nossa democracia. A dívida acumulada rondará os 2500 milhões de euros. Perante a dimensão deste número, a direita rejubila e transforma-a na demonstração de que o SNS é insustentável. Daí à sua sentença de morte vai um passo, para a qual Passos Coelho tem uma receita: a privatização do SNS.
‘sempre em potência’
Os jornalistas têm graça quando querem. Nuno Simas assina no Jornal Público uma peça sobre as dez figuras de 2010, destacando Passos Coelho com o título ‘o potencial futuro primeiro-ministro’. É irresistível saltar para ‘o futuro primeiro-ministro em potência’, ou ainda ‘o eterno futuro primeiro-ministro’.
‘Galilei, SPGS’
Em Maio deste ano, a Sociedade Lusa de Negócios, à qual pertencia o BPN, mudou de nome. Passou a chamar-se Galilei. Não sei o que farão os seus descendentes para defender o bom nome da família, mas este acontecimento é tão significativo como compreensível. A SLN é o verdadeiro sujeito da mega-fraude do BPN e percebe-se que os seus accionistas não façam questão de manter o nome, quando discutem a continuação da actividade do Grupo.
‘Estudantes’
Como universitário e como deputado, repudio a injustiça e o erro estratégico que são as novas regras sobre a acção social escolar no ensino superior. Num país com baixos níveis de qualificação relativamente às médias europeias, não se compreende que se corte a eito num sector tão estratégico para o desenvolvimento.
‘Estamos à espera de quê?’
As alterações climáticas são uma realidade e é difícil perceber do que estamos à espera. Estamos a tratar de uma questão de sobrevivência e daquela que é das mais graves faces da crise global.
‘Direitos’
Em 10 de Dezembro de 1948, as Nações Unidas aprovaram a Declaração Universal de Direitos Humanos. Abriu-se então um caminho – cheio de contradições e percalços – de assunção da dignidade de todos/as como a única prioridade absoluta na política.
‘Não há competitividade no sector privado sem boas políticas públicas’
Pedro Santos Guerreiro, no Jornal de Negócios
A pressão para acabar com o pouco que resta da protecção do trabalho na legislação laboral não pára de se intensificar e o Governo já mostrou o seu empenho em cumprir com as “recomendações”. A campanha da Comissão Europeia, para além de exorbitar completamente do seu mandato (foi decidido onde que é função da UE promover a “flexibilização das relações laborais”?), tem motivações estritamente ideológicas.
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