Quando confrontado por Francisco Lopes com o ‘caso BPN’, Cavaco Silva ignorou o assunto. Defensor Moura voltou à carga e o Presidente optou pela vitimização. Por fim, em resposta a dúvidas de Manuel Alegre, decidiu atacar a atual administração do BPN. Ou seja, quando os seus amigos andavam a brincar com o fogo fez negócios com eles; quando o caso rebentou, manteve-se em silêncio; quando Dias Loureiro mentiu ao Parlamento veio em sua defesa; quando o BPN foi nacionalizado assinou por baixo; e só resolve abrir a boca para criticar quem, mal ou bem, recebeu o presente envenenado.
‘Quem suspira pelo FMI e porquê?’
‘FMI’
O FMI é muito mais que uma organização internacional. O FMI é um clima, é uma visão política do futuro do país.
‘Manning, Orban e Cavaco Silva: falar demais e falar de menos’
Quais são os limites da palavra em democracia? Quando é que falar ou calar é “mais democrático”?
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‘Segunda volta’
Um dos aspectos que recomendam uma segunda volta é o do cabal esclarecimento do “caso BPN”.
‘Alegre’
Os cartazes de Manuel Alegre nas ruas, há cinco anos, tinham apenas as palavras “Livre, justo, fraterno” — a descrição idealizada do país, tal como aparece desejada no preâmbulo da Constituição — redigido pelo próprio Manuel Alegre.
Esta escolha era puro Manuel Alegre. Pelo gosto de palavras que eram belas, mas não apenas isso; concretas e mobilizadores. E sobretudo por que nenhum marqueteiro, nenhum diretor de campanha, o aconselharia jamais a fazer um cartaz assim, tão desformatado dos códigos publicitários. Manuel Alegre acreditava na palavra livre, na palavra justo, e na palavra fraterno — não um acreditar de fé, mas um acreditar de conhecer aquelas palavras por dentro e saber o que elas podem fazer.
Teimosamente, insistiu. Teve vinte por cento.
‘Cavaco’
A principal — talvez única — proclamação política de Cavaco Silva para esta campanha foi considerar que Portugal deveria abster-se de comentários sobre a situação política na Europa e a crise do Euro. Segundo ele, tais comentários seriam entendidos como “insultos” pelos investidores internacionais e deixar-nos-iam à mercê da retaliações destes — com juros mais altos sobre a nossa dívida.
Silêncio contra segurança — eis o que nos propõe Cavaco.
‘Dar tempo ao tempo’
As pessoas que eu estudo também não tinham o tempo todo, também elas estavam sob o mesmo efeito do futuro, puxando-as para cima como um corpo cheio de ar à tona de água. Inexoravelmente, mês após mês, uma oportunidade só de cada vez.
‘Figuras do Ano’
Se tivesse que eleger a pior figura nacional de 2010 não optaria por José Sócrates, mas por Angela Merkel.


